quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ele entrou no set de filmagem, era um set grande com grandes pedaços de panos de seda pendurados. Entre os panos ele conseguia ver algumas pessoas. A maioria mulheres que habitaram um espaço em sua vida.
Entre o dançar dos panos viu aquele sorriso, o mesmo sorriso de quando ela havia descido do ônibus lhe acenando em frente ao extra, aquele sorriso de alegria que lhe fez se apaixonar instantaneamente.
Então ele atravessa uma parte dos panos e vê a câmera de cinema em cima de uma plataforma. Operando a câmera estava àquela esposa daquele diretor, aquela mesma que um dia comentou sobre o seu olhar. E de assistente dela estava a sua irmã. Ambas olharam e lhe sorriram. Ele resolve continuar por entre os panos e quando chega ao lugar onde ela estava ela já não está lá.
No lugar dela está uma mulher toda de branco com enormes dread’s brancos, que lhe sorri e lhe carrega pelas mãos em direção ao backstage, mas antes passam por outro cenário aonde ela lhe convida para uma dança, ele reluta e sua outra irmã aparece.
- Não adianta, ele não dança, já tentamos.
A mulher não gosta da intervenção e o puxa novamente em direção ao backstage. Eles estão em um corredor improvisado atrás do cenário.
Enquanto ela o leva ele vê algumas pessoas voltando e se depara com aquela que havia lhe dado a última facada amorosa. Ela o olha no olho com culpa, arrependimento, mas não o deixa de olhar. Mas eles passam por ela e no fim do corredor a senhora dos dread’s, em um misto de ansiedade e felicidade lhe diz:
- Nossa faz tempo que eu não te via - e sorri.
- A última vez que te vi foi na filmagem do apocalipse.

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